domingo, 7 de março de 2010

Hipertireoidismo x Gravidez




O hipertireoidismo na gravidez é quase sempre resultado da doença de Graves. Este não é um evento comum, pois as doenças auto-imunes, das quais a doença de Graves é um exemplo, tendem a melhorar espontaneamente durante a gravidez. Além disso, mulheres com uma tireóide hiperativa são relativamente estéreis, pois tendem a não ovular na maioria dos ciclos menstruais.
À medida que o anticorpo estimulador da tireóide, que é o responsável pelo hipertireoidismo na doença de Graves, atravessa a placenta e passa do sangue da mãe para o sangue da criança, esta também vai ter uma tireóide hiperativa como a mãe. Felizmente, as medicações antitireóide também vão atravessar a placenta e fazer com que um bom controle do hipertireoidismo da mãe garanta que o feto não sofra nenhum prejuízo. O fracasso na identificação ou no tratamento adequado do hipertireoidismo de uma mulher grávida pode causar um aborto, enquanto o tratamento excessivo com medicações antitireóide pode levar ao desenvolvimento do bócio no feto.
É importante, portanto, que a paciente receba a dose mais baixa possível de metimazol para que os níveis de hormônios tireoidianos no sangue voltem ao normal e que eles sejam checados a cada quatro ou seis semanas, em um trabalho colaborativo com o obstetra responsável. O metimazol é geralmente interrompido quatro semanas antes da data estimada do parto para garantir que não haja possibilidade do feto estar com hipotireoidismo nesta etapa crucial do seu desenvolvimento.
Se o hipertireoidismo reaparece na mãe depois do nascimento do bebê, durante a amamentação, ela vai ser tratada com propiltiouracil e não com metimazol, pois aquele é menos excretado pelo leite e, portanto, não afeta o bebê.
O tratamento com iodo radioativo nunca é utilizado durante a gravidez. A cirurgia pode ser ocasionalmente recomendada ao redor da 20ª semana de gravidez, para as pacientes que desenvolvam efeitos colaterais das medicações ou que façam um uso irregular destes, colocando o feto em perigo.

Fonte: Revista Isto É- guia de saúde familiar

Por: Maria Tatiana e Vivianne Vandesmet

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